quarta-feira, 5 de maio de 2010

O BOTO COR-DE-ROSA


Os índios chamam o boto de “uiara”, e dizem que ele é o deus dos rios e protetor dos peixes. Mas os botos cor de rosa têm uma peculiaridade: adoram festas. Quando têm vontade de se divertir, principalmente nas proximidades das festas juninas, os botos esperam chegar a noite, saem da água, transformam-se em humanos (ou, dizem alguns, meio humanos – a metade de baixo humana e, neste caso, sempre usam chapéu, para ocultar o rosto), e passeiam nas cidades. Quando chegam a alguma festa em aldeias ribeirinhas, vão entrando mansamente, comportando-se de maneira tímida, quietinhos, envergonhados, sempre muito educados. Isso até a primeira bebida. Depois, não rejeitam uma. Não há bebida que chegue. E não ficam tontos! Têm uma resistência sobre-humana à bebida.

Antes do amanhecer, no entanto, eles têm que voltar para a água, pois o sol os transforma em botos outra vez. Geralmente são bonitos e simpáticos, e dançam muito bem. Como são muito namoradores, costumam levar as donzelas mais bonitas às margens do rio, e as engravidam. Quantas e quantas vezes as moças grávidas de pai desconhecido revelaram para seus pais e amigos que foram engravidadas pelo boto...! Outro truque empregado pelos botos, geralmente em um bar: o boto desafia algum freqüentador para ver quem bebe mais, cada um pagando a metade da conta. Depois de beber muito, “descobre que esqueceu a carteira” em sua canoa. Se o o desafiado, depois de pagar a conta, resolve ir junto até a canoa para receber o dinheiro, apenas terá tempo de ver o desafiante dar uma gostosa gargalhada e mergulhar no rio, para nunca mais ser visto naquelas paragens ...pelo menos com essa aparência...


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